quinta-feira, 17 de março de 2016

Feriados além do descanso

ALLAN PEREIRA
CAMILLA ZENI
JOSYANE MACHADO

O trabalho diário pode ser muito exaustivo, especialmente para aqueles que têm jornadas integrais de dois ou, até mesmo, três turnos. Para essas pessoas, muitas vezes, apenas o final de semana não é suficiente para repor as energias. Por isso, os feriados são muito aguardados. Mas você sabe os verdadeiros motivos para a pausa na rotina?

A professora doutora Maria Thereza Martha Presotti, do Departamento de História da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), explica que todas as datas comemorativas remetem a um acontecimento do passado. “Comemoração: com memória. O feriado vai acessar a memória de um povo e alimentar o sentimento de pertencimento, de relacionar aquilo com as pessoas”.

Maria Thereza Martha Presotti, professora doutora
 em História de Mato Grosso
(Foto: Camilla Zeni)
O 8 de março, por exemplo, Dia Internacional da Mulher, nos remete à luta de trabalhadores por melhores condições de trabalho e igualdades de direitos para as mulheres. A data surgiu após o incidente de 1911 quando cerca de 150 pessoas, mulheres em suma maioria, foram queimadas em uma fábrica de tecidos em Nova Iorque.

“Esses momentos de comemoração são carregados de sentido. Eles fortalecem ideais sobre essa coletividade nacional, ou outra coletividade que está sendo tratada sobre as mulheres, por exemplo. As datas vêm carregadas de sentidos importantes para rememorar, comemorar, trazer na memória e refletir sobre isso”, diz a historiadora.

No Brasil, o calendário conta com oito feriados nacionais, além do dia da Confraternização Universal (1º janeiro), sendo eles: a Paixão de Cristo (25 de março), Tiradentes (21 de abril), o Dia Mundial do Trabalho (1º de maio), Independência do Brasil (7 de setembro), Nossa Senhora Aparecida (12 de outubro), Finados (2 de novembro), Proclamação da República (15 de novembro) e Natal (25 de dezembro). Além desses, são instituídos outros cinco dias de ponto facultativo, sendo dois dias de Carnaval, o dia seguinte para a quarta-feira de Cinzas (até as 14h), Corpus Christi e o Dia do Servidor Público (28 de outubro), sem contar os feriados regionais e municipais.

 Doutor em Economia Aplicada, Guilherme Miqueleto, professor
da Universidade Federal de Mato Grosso
(Foto: Camilla Zeni)
A lista pode até parecer extensa, mas o Brasil, ao contrário do que se pensa, não é um dos países com mais feriados no mundo. Um estudo realizado pela empresa americana de consultoria Mercer mostrou que o país, mesmo com seus 14 dias de feriados e pontos facultativos, perde para outros 20 países e ocupa a 7ª posição quando se trata de Estados com mais folgas.

Apesar disso, há quem acredita que os feriados causam impacto negativo para a economia, seja a do país ou a regional. Doutor em Economia Aplicada pela Universidade de São Paulo (Esalq/USP), o professor Guilherme Jacob Miqueleto brinca que a história não é exatamente essa.

Para o economista, há, de fato, um impacto na economia, só que ocasionado pelas “emendas” de feriado. É o caso do Dia de Tiradentes (21 de abril), que em 2016 será celebrado em uma quinta-feira. Logo, há a possibilidade de que órgãos públicos, escolas e instituições financeiras estendam a pausa nas atividades para a sexta-feira também.

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