PABLO RODRIGO
Com mais de doze mil estudantes, o campus da Universidade
Federal de Mato Grosso (UFMT) em Cuiabá vem ocupando as páginas policiais com o
aumento da violência e criminalidade dentro da instituição e suas
imediações. Assaltos, furtos, entorpecentes e até tentativas de estupros
têm assustado a comunidade acadêmica, que cobra da gestão mais rigor e
segurança.
“Um colega de curso foi assaltado em frente ao ginásio às 9h30 da manhã, por um ciclista armado com uma faca. E têm outros casos também”, disse uma estudante ao site G1. Ela conta ainda que para ir de um bloco a outro à noite, somente de ônibus, porque ‘não há o mínimo de segurança’.
Segundo o cabo da PM, Santiago César Alves Rodrigues de
Paula, que há um ano está lotado na Companhia da Polícia Militar do bairro Boa
Esperança, disse que existe um convênio firmado entre a Polícia Militar e a
UFMT para a realização de policiamento ostensivo dentro do campus durante 24
horas/dia, consistindo em rondas e parada de viatura em pontos estratégicos e
que, para isso, são utilizados dois veículos.
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24 policiais militares realizam o patrulhamento da região (Foto: Divulgação SESP) |
O policial disse, ainda, que há semanas que não são
contabilizados registros de ocorrências, mas no cômputo geral do mês sempre há
uma ou outra registrada, de maneira esporádica. As ocorrências que mais
acontecem são as de natureza “furtos em veículos" e "uso ilícito de
drogas”.
Para o segurança Eliel Dias da Silva, que trabalha em uma
das guaritas da UFMT, a maioria dos furtos e roubos é praticada por pessoas que
não estudam ou trabalham na universidade. “Trabalho há nove meses aqui e o que
percebemos é que muitas ocorrências não são praticadas por pessoas da
Universidade. Quem pratica algum crime lá fora, vem se esconder aqui. Depois
aproveita para praticar um novo crime”, disse Eliel, que também reclamou da
pouca quantidade de seguranças. “Nós somos em 30 seguranças por turno e, mesmo
assim, é insuficiente para fazer a vigilância. O campus é enorme e tem muita
gente. A Base Comunitária da PM ajuda a gente, mas mesmo assim precisaria de
mais pessoas na equipe”, finaliza.
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A segurança do campus da UFMT de Cuiabá é terceirizada (Foto: Reprodução) |
Por outro lado, existem pessoas que criticam a presença da
Polícia Militar dentro da UFMT, alegando que os militares podem inibir a
atuação dos movimentos sociais e da classe estudantil. “A presença dos
policiais aqui pode ser prejudicial aos estudantes que quase sempre estão
manifestando por melhorias na educação. Será que a PM aqui não poderá reprimir essas manifestações como já ocorreu
recentemente e ocorre
diariamente no país?”, diz Vitor Hugo, estudante de História e ativista do
movimento estudantil em Cuiabá.
Outro lado
Por
meio de nota, a UFMT informou que nenhum assalto foi registrado na Coordenação
de Segurança do campus nos últimos meses e ressaltou que o registro de casos
ajuda no combate a esse tipo de ocorrência. A reitoria afirmou ainda que são
mantidas rondas dentro dos limites do campus e a guarda nos prédios.
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