KARINA CABRAL
Em 2009, Juninho Carvalho, um dos líderes do grupo,
foi chamado para ir a uma escola em Belo Horizonte, chamada Terra dos Palhaços.
Na escola, ele se encontrou dentro de seu palhaço, o Mocorongo, e, após a
experiência, começou a fazer apresentações dentro de várias igrejas. Em uma
dessas igrejas, uma senhora o convidou para ir até a Santa Casa com seu palhaço
para entregar presentes de Natal. Nessa época, a Ideia do Palhaço dentro do
hospital ainda não era popular, mas ele percebeu que a aceitação das crianças
era muito boa. Então, em 2010, chamou alguns amigos, deu um curso de palhaços e
começaram a ir para os hospitais, surgindo assim o Operação SoRia, com a
intenção de levar o amor cristão ao mundo.
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Grupo Operação SoRia (Foto: Arquivo do Facebook) |
Para entrar no grupo, em primeiro lugar precisa ter
vontade de fazer o bem ao próximo. Depois, é necessário fazer um curso
preparatório com a duração de três meses, sendo as aulas todos os sábados. O curso
é aberto uma vez ao ano para os interessados, mas somente os líderes, Juninho
Carvalho e Thainá Telles, ficam responsáveis pelas aulas. O restante do grupo
permanece fazendo as visitas nos hospital.
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Estrela (Thainá Telles) e Mocorongo (Juninho Carvalho) (Foto: Aquivo do Facebook) |
Dentre as matérias do curso está a
história do palhaço, a composição de figurino, maquiagem específica e o que
fazer no hospital, para não correr risco de cometer algum erro com os
pacientes. “A arte é talento, mas também é técnica. Você tem que saber lidar
com o hospital, que é um ambiente de dor. Você tem que aprender a transformar
essa dor em alegria”, afirma Elisa Calvete, uma das palhaças do grupo.
Elisa conheceu o grupo bem no começo através do
líder Juninho, que participava da mesma igreja que ela. O grupo tem fundamentos
cristãos, e em dos cursos de palhaço feitos na igreja ela resolveu participar. “Ser
palhaço não é ser ator como muita gente pensa. Ser palhaço é ser você mesmo,
usando suas qualidades e defeitos. O palhaço é um dos personagens mais humanos
que existem”, diz Elisa. Com o tempo, o grupo entrou para as redes sociais e se
tornou mais conhecido: hoje conta com 25 palhaços já formados, e dia 28 de novembro
terão uma formatura para novos integrantes.
Nos dias de visitas, que são todos os sábados, eles se reúnem e decidem o que
será feito. Chegam a ir até a três hospitais, caso tenham muitos palhaços no
dia. Vários cuidados precisam ser tomados: os jalecos, por exemplo, são
esterilizados e só são vestidos ao entrar no hospital; as mãos são lavadas
antes de entrar em cada quarto e sempre tomam o cuidado de pedir permissão para
entrar, pois a decisão é sempre do paciente. Desde a entrada do hospital,
brincam com todas as pessoas ao redor, sem jamais sair do personagem, afinal,
quando se coloca, o nariz cada voluntário se transforma em seu palhaço.
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Pisquila (Ana Maria Addor) e Biju (Elisa Calvete) (Foto: Arquivo do Facebook) |
A Biju, personagem de Elisa, foi criada exaltando
os gostos de sua criadora. Seu nome é Frances porque Elisa é apaixonada pela
arte francesa. Seus trejeitos, o jeito de mexer a mãozinha, o figurino, a
maquiagem e até seu nariz diferenciado remetem à sua criadora, seus defeitos e
qualidades. “Você tem que pensar em você para pensar em seu palhaço. A Biju sou
eu, mas sou eu sem nenhuma marra, sem nenhuma máscara. Fazer a Biju foi um
processo de me conhecer, e cada vez que me conheço mais, ela melhora”, diz a
voluntária.
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Biju (Elisa Calvete) - Arquivo do Facebook |
Apesar de trabalharem o ano inteiro aqui no Brasil,
os líderes do grupo tiveram a ideia de fazer um mochilão para levar o projeto para
outros lugares do mundo. Eles observaram que esse conceito de palhaços dentro
do hospital só existia aqui no Brasil e nos EUA. No restante do mundo, a
Palhaçaria, em geral, não era tão grande. Então, em janeiro de 2015, os palhaços saíram
em viagem e foram para a Argentina, Paraguai e Uruguai, levando o amor cristão
e o calor dos abraços brasileiros.
No dia 4 de
janeiro, o grupo se prepara para uma nova aventura, e a palhaça Biju resolveu
mandar uma mensagem:
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