BRUNA ULIANA
Neste
sábado, 28, será realizado um ato de manifestação contra a PL 5069, projeto de
lei de autoria do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB/RJ), que
dificulta o aborto legal em caso de estupro e o atendimento a vítimas de
violência sexual.
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Arte de Andréia Ribeiro sobre os efeitos da PL 5069 |
“A ideia partiu de um grupo de amigas, e surgiu a vontade de fazer um ato em Cuiabá. Por conta disso, a gente convidou os coletivos daqui, então vários deles compareceram na nossa primeira reunião. Veio o coletivo das Mulheres do Hip Hop, do Resiste MT, do Empodera, e todas essas meninas já estavam fazendo atos separados. Aí surgiu a necessidade de fazer algo conjunto, que seria contra o PL 5069, e a gente criou um coletivo, o Luta Pela Vida das Mulheres”, explica Sara Castillo, 26, uma das organizadoras do evento.
A movimentação para conscientizar as pessoas sobre a PL 5069 já começou. Ao longo do último mês, foram organizados eventos de panfletagem e colagem pelo centro da cidade, oficina de cartazes, grafitaço e rodas de discussão. “Ninguém acreditaria que em 2015 nós teríamos que lutar para não perder direitos que já foram conquistados. Acho que talvez por isso as pessoas não enxerguem a importância de ir pra rua para lutar por esses direitos”, diz Sara.
No vídeo abaixo, ela fala sobre a PL 5069:
“É
um ato de mulheres, pela luta das mulheres. A gente também pretende dar
visibilidade à produção artística feminina, então teremos artistas do grafite,
do rap, meninas fazendo leituras”, complementa a jornalista Priscila Mendes, também
organizadora do evento.
Aline Coelho da Costa participará do evento. (Foto: Bruna Uliana) |
A estudante Aline Coelho da Costa, 27, é uma das 240 pessoas que confirmaram presença na página de divulgação do ato. “Infelizmente, nós estamos em 2015, mas não existe equidade entre os gêneros. A gente precisa pensar em como a nossa sociedade está hoje e como podemos melhorar. Então é por isso que eu vou acordar às oito da manhã num sábado e vou lá pensar nisso com as garotas que estão propondo esse debate. É muito importante que aconteçam diversos movimentos nas redes sociais, mas tem que sair da internet e ir pra rua também. Essas pessoas que vão pra rua querem mudança, e isso é o primeiro passo”, reflete.
No
dia do ato, a programação conta com a concentração às 9h na Praça Ipiranga,
no centro da cidade. De lá, o grupo pretende sair em direção à Delegacia
da Mulher, nas imediações da Praça Maria Taquara, e seguir para a Praça Alencastro. “A
ideia não é simplesmente fazer passeata, mas de ocupação em espaços públicos
e, principalmente, chegar com o nosso projeto na Delegacia, porque é um
ato contra a violência”, conta Sara.
Para saber mais sobre o Ato Pela Vida das Mulheres Contra a PL 5069, acesse a página do evento aqui.
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