segunda-feira, 4 de maio de 2015

Universidades federais iniciam paralisação no período de 25 a 29 de maio

O indicativo de greve dos docentes foi aprovado pela Andes-SN em reunião em 25 e 26 de maio

CILENE PARAVÁ RAMOS
THAYANA BRUNO

O encontro reuniu 37 seções sindicais do ANDES-SN na sede do Sindicato Nacional, em Brasília [DF]. Foram realizadas rodadas de assembleias gerais, cuja pauta foi o indicativo de greve dos docentes superiores. O indicativo foi aprovado, a paralisação inicial definida para o período de 25 a 29 de maio, mas novas assembleias regionais ainda serão necessárias para decidir as próximas medidas do movimento grevista, como a deflagração, de fato, da greve.

O movimento dos técnicos das instituições federais já havia aprovado seu indicativo de greve, e, com a decisão dos docentes, o movimento tende a se fortalecer. Segundo o técnico do curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Mato Grosso [UFMT], Rudy Flávio Abreu, talvez esse não seja o momento mais adequado para o início de negociações com o governo federal. Em um cenário político e econômico notadamente instável, Rudy acredita que muito pouco pode ser conquistado. “As reivindicações são mais do que legítimas, mas é preciso ter a compreensão de que após uma retomada da organização econômica, o poder de negociação poderá ser maior. É preciso saber o momento mais propício para se reivindicar”.

Rudy Flávio Abreu
[Foto: Cilene Ramos]
A última greve nacional, iniciada em 2012 e que seguiu até 2013, conquistou um aumento de 15% para os servidores, diluídos em três parcelas iguais durantes os anos seguintes e a última parcela foi concedida em janeiro deste ano. No entanto, as dificuldades vivenciadas por toda a comunidade acadêmica – como a falta de infraestrutura, carência de pessoal, incompatibilidade de planos de cargos e carreiras – foram muito pouco remediadas, na visão do professor do Departamento de Comunicação Social da UFMT, Diego Baraldi de Lima. O docente ressalta que “há elementos suficientes para uma greve, mas estamos no meio do semestre. No período da paralisação, estaremos a 40 dias do final do semestre. O momento escolhido é lamentável. Poderia ter acontecido no início ou, ainda, aguardar até julho.”

Visão que também é compartilhada por estudantes do curso de Comunicação Social da Federal de MT, os principais impactados por decisões tomadas alheias a uma consulta entre eles. A recente regularização do calendário [atrasado em razão da greve mencionada acima] vinha sendo comemorado pelos estudantes, mas a previsão de uma nova greve os deixa apreensivos. Em meio à elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso [TCC] e à organização das formalidades da própria formatura, ter pela frente uma greve com período indefinido é muito estressante, desabafa Emily Cassim, do 7° semestre de Jornalismo. Emily recorda que a última greve, que durou cerca de quatro meses, comprometeu um semestre inteiro [você pode relembrar as notícias da época aqui e aqui também].

[Foto: Reprodução]
Camila Cabral, também do 7º semestre de Jornalismo, entende que a causa seja justa, mas não acredita que melhorias para o curso venham sendo conseguidas com as paralisações. “No início do curso, não tínhamos professores de algumas disciplinas, faltavam equipamentos, técnicos e até computadores. A parte prática no nosso curso é muito importante. Se realmente alguma transformação nesse sentido acontecesse, seria ótimo, mas eles [os grevistas) precisam pensar na nossa situação também”.

Antes do início da paralisação, o mês de maio terá uma intensa programação de mobilizações do sindicato dos docentes federais, cujo calendário pode ser consultado no site da ANDES-SN, através deste link. 

As decisões e ações dos docentes da UFMT podem ser acompanhadas através do site da Adufmat [Associação dos docentes da Universidade Federal de Mato Grosso] ou pela página no facebook 

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