Candidato
havia sido enquadrado na lei da Ficha Limpa.
Com
mais de 250 mil votos, deputado deve ocupar lugar na bancada.
ANDRÉ SOUZA/EMILLY CASSIM
Na noite da última quarta-feira [17] o Tribunal Superior Eleitoral [TSE] reverteu a
decisão que havia tomado em setembro deste ano, quando impediu Paulo Maluf
[PP-SP] de tentar uma vaga política. Antes do pleito eleitoral de 5 de outubro, Maluf
teve sua candidatura barrada com base na Lei da Ficha Limpa [LC 135/2010] pela
prática de improbidade administrativa.
A decisão foi tomada a partir de uma nova formação
da Corte do TSE. Na última audiência que julgou o recurso da defesa de Maluf, o
Ministro Admar Gonzaga, um dos que votaram contra a candidatura do parlamentar,
não esteve presente. O voto de seu substituto, o Ministro Tarcísio Vieira de
Carvalho, foi decisivo para reverter o placar que até então era de 4 a 3 contra
Maluf.
Em novembro de 2013, Paulo Maluf foi condenado pela prática
de improbidade administrativa na construção do túnel Ayrton Senna, em 1996, quando
o mesmo tinha conhecimento do superfaturamento da obra e, ainda assim, não agiu
contra as irregularidades. Além da impugnação de sua candidatura, foi decidido que
o parlamentar deveria pagar multa e estaria proibido de firmar contratos com o
Poder Público ou receber benefícios e incentivos fiscais direta ou
indiretamente.
A notícia da possibilidade de Maluf assumir o cargo repercutiu de maneira negativa entre a população, que manifestou sua indignação nas redes sociais. No microblog Twitter, por
exemplo, seu nome estava entre os assuntos mais citados da última quinta [18].
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Reprodução: Twitter |
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Reprodução: Twitter |
Ainda no Twitter, Paulo Maluf comemorou a decisão favorável à sua candidatura, reafirmando sua honestidade.
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Reprodução: Twitter |
No âmbito local, especificamente na Universidade Federal de Mato Grosso [UFMT], alunos e professores também manifestaram sua posição negativa perante tal decisão. Para a aluna do curso de Serviço Social, Lívia Daniela de Brito, a posse do deputado é um absurdo. "A volta do Maluf mostra que a Lei da Ficha Limpa só funciona até certo ponto e para certas pessoas. Não dá para defini-la como lei, se nem todo mundo vai ser punido", disse.
A professora Marluce Scaloppe conta que ficou surpresa com a decisão do TSE, pois é de conhecimento de toda a população que Maluf já havia sido condenado. "Eu acho que foi um grande absurdo e, para minha surpresa, também houve essa troca de ministros no julgamento. Isso gera um questionamento: será que tudo não aconteceu para favorecer Paulo Maluf?", contou.
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Marluce Scaloppe, professora de Comunicação Social na UFMT |
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