sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Yorubá: entre o Sacro e a completa marginalização

ARILDO LEAL
O idioma é uma síntese histórica de uma cultura. Uma filosofia em si. Herdeira de outras, continuadora dessas. É impensável ter pleno conhecimento de si próprio sem olhar (e refletir) sobre os antepassados, sobre o acúmulo de vivência e maneiras passados a cada geração. Na véspera do Dia da Consciência Negra, como os brasileiros recebem as línguas e literatura africana?

“Não sei nada sobre línguas africanas. Porém, da minha família, a minha avó chegou a conhecer porque ela frequentava umbanda. A gente percebe que há um certo estigma pela cultura africana”, relata Felipe Camargo, estudante de Letras da UFMT. Ele, assim como muitos, apesar de não ter contato, reconhece que sente falta de oferta. O que não falta é demanda.

Yorubá, yorùba, Iorubá ou mesmo Ioruba. Quatro nomenclaturas para a Língua do último grande império africano, o Oyo (1400-1895). Língua do segundo maior grupo étnico da Nigéria (30 milhões ou 20%), que, por sua vez - segundo a ONU -, o país terá a terceira maior população do mundo em 2050 [1]. E, finalmente, língua originária – portanto, litúrgica e sagrada – do candomblé.


O idioma ganha cada vez mais publicações no Brasil, sejam dicionários, sejam métodos ou mesmo livros sobre sua história [imagens]. A Universidade Estadual do Piauí chegou na segunda metade do ano (2015) a ofertar um curso de Yorubá no Memorial Zumbi dos Palmares. “A implantação desse curso é uma demanda que o movimento negro piauiense tem há muito tempo e, agora, através dessa parceria entre as instituições, foi possível fazer essa oferta”, afirmou - na ocasião - Raimundo Dutra, coordenador geral do Plano Nacional de Formação de Professores (PARFOR) (Fonte: http://www.uespi.br/site/?p=75953).


Literatura
Segundo o Departamento de Letras da UFMT, nos últimos cinco anos vários eventos de literatura africana, de origem africana ou de descendentes (modernos) africanos foram oferecidos pela pós-graduação em Linguagem. A professora Divanize Carbonieri (Letras/Inglês), por exemplo, tem dado um importante espaço à literatura de origem africana em suas aulas, inclusive na graduação. Iniciativas como esta têm se difundido pelos demais cursos do departamento, bem como globalmente pelas pesquisas Brasil afora.

Confira a seguir os principais e importantes canais para o aprendizado do Yorubá:
UESPI (notícia da aula inalgural de Yorubá)
http://www.uespi.br/site/?p=77739
Referências:
[1] http://www.ebc.com.br/noticias/2015/07/mundo-tera-97-bilhoes-de-habitantes-em-2050

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