quinta-feira, 24 de março de 2016

Estágio nas novas diretrizes do curso de Jornalismo

JOSYANE MACHADO

Entre as mudanças estabelecidas na nova grade curricular do curso de Comunicação Social, teremos no Jornalismo a instauração do estágio curricular obrigatório. Na grade atual, que deve estar em vigor até o período 2016/2, o estágio não é obrigatório, e fica a critério do aluno fazer ou não esta atividade.

No momento, “o estágio acompanha as normas de todo o país, estabelecendo a permissão para os alunos que estão a partir do 6º semestre, em um acordo entre a Federação Nacional dos Jornalistas, instituições superiores de ensino e sindicatos estaduais”, explica o coordenador do curso, José da Costa Marques Filho. Além do período que o aluno pode começar a estagiar, o acordo determina que “as atividades realizadas sejam compatíveis com a formação do jornalista e estejam de acordo com todas as condições de trabalho exigidas pela lei”, explica o coordenador.

As novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs), que estabelecem o estágio como obrigatório, foram instituídas para os cursos de Jornalismo de todo o país pelo Ministério da Educação. E foi elaborado um documento com as orientações para a elaboração do estágio curricular obrigatório, através do Fórum Nacional de Professores de Jornalismo (FNPJ) e a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), com o objetivo de contribuir com a adequação dos Cursos de Jornalismo do país nestas diretrizes. Assim, o curso de Comunicação Social da UFMT aproveita o atual momento de reconstituição de sua grade curricular para adicionar as diretrizes no curso de Jornalismo.

De acordo com o documento, “as atividades do Estágio Curricular Supervisionado deverão ser programadas a partir do cumprimento de 62,5% das disciplinas (o que equivale ao 6º período)”, e a atividade deve ter “acompanhamento, supervisão, avaliação e fiscalização. O Estágio Curricular Supervisionado de cada estudante deverá ter acompanhamento, orientação, avaliação e fiscalização por parte de um(a) professor(a) do curso e também a supervisão de um(a) profissional jornalista no local de realização das atividades”.

A estudante do curso de Comunicação Social, habilitação Jornalismo, da Universidade Federal de Mato Grosso, Mak Lúcia Forte, decidiu fazer estágio para complementar a sua formação, e aponta as vantagens na formação acadêmica. “O estágio é muito importante, mas depende do local que você está estagiando”. Para ela, além do esforço e interesse do aluno, o aproveitamento depende muito das possibilidades promovidas pelo local em que a atividade é realizada, pois acontece de um estagiário não realizar atividades jornalísticas em seu local de estagiário.

É nesses casos que as novas diretrizes podem ajudar na formação dos alunos. Com a atividade sendo supervisionada pelo corpo docente da instituição de ensino, o aluno irá fazer seu estágio em um local que o possibilite realizar atividades que somam em sua formação, viabilizando um contato direto com a produção de conteúdo jornalístico.

Após ter experiência em diversos veículos que deram a ela essa possibilidade de estar em contato com sua profissão, Mak Lúcia aponta que o estágio “ajuda muito no crescimento profissional: com contatos que vamos usar na carreira profissional, a gente aprende muito. Com o estágio a gente começa a perceber o ritmo e aprende a adaptar a rotina.”

Com as mudanças que vão chegar diretamente na formação do futuro jornalista, o estágio continua possibilitando o contato com os desafios no trabalho do jornalista e com profissionais no mercado de trabalho. E vai permitir, além da prática e adequação do mercado de trabalho, uma reflexão do fazer e da prática social. Enfim, o crescimento e amadurecimento do aluno como profissional. Dessa forma, "começar a encarar o estágio como uma questão pedagógica é um caminho para qualificá-lo e legitimá-lo", pontua a jornalista Géssica da Silva em seu trabalho de conclusão de curso pela Universidade Federal de Santa Catarina: "O estágio entre os estudantes de Jornalismo da UFSC:panorama da prática profissional supervisionada à formação de jornalistas".

A nova grade curricular do Curso de Comunicação Social vai excluir o tronco-comum, e as habilitações de Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Radialismo passam a ser cursos independentes a partir do primeiro semestre letivo de 2017. Além da mudança na realização do estágio, a nova grade curricular do curso de Jornalismo traz novas disciplinas, que “vão possibilitar um profissional humano, capaz de questionar a sua realidade social e com a capacidade de utilizar os novos meios de comunicação, redes sociais e novas tecnologias que surgem a cada dia”, finaliza o coordenador do curso.

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