terça-feira, 13 de setembro de 2016

Usuários reclamam de falhas na mobilidade urbana de Cuiabá

JULIANA KOBAYASHI
LAURA RESENDE

Em avenidas movimentadas, pedestres precisam caminhar mais do que o necessário para encontrar uma faixa e atravessar com segurança.

Obras próximas ao Viaduto da UFMT ainda não finalizadas
[Foto: Juliana Kobayashi]
A mobilidade na cidade de Cuiabá se define principalmente pelos meios de transportes individuais, coletivos e via pedestre. Essas modalidades não são exclusivas: aqueles que circulam com um veículo próprio também utilizam ônibus ou andam a pé. Apesar da variedade de possibilidades de trafegar pela cidade, percebemos que há insatisfação entre os usuários dos diferentes meios.


Segundos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cuiabá tem uma frota de mais de 192 mil automóveis e 101 mil motocicletas e motonetas. Somados, temos mais de 293 mil veículos individuais. Ainda de acordo com o IBGE, em Cuiabá há uma população de mais de 580 mil habitantes. Ou seja, em média, metade possui transporte próprio.

A jornalista Larissa Klein, 28, afirma que optou pelo carro ao transporte coletivo devido à facilidade de se locomover, além do conforto, já que os ônibus na capital geralmente são lotados e abafados. Entretanto, o transporte individual tem seus pontos negativos, entre os quais Klein cita o tráfego em horário de pico e os maus motoristas, que desrespeitam constantemente as leis de trânsito.

A arquiteta Maria Lívia Resende Souza afirma que Cuiabá ainda tem muito o que melhorar. “Morei na capital enquanto fazia faculdade e eu sinto que não há muito planejamento urbanístico para quem não tem veículo próprio”. Ela relata que há falta de arborização e qualidade nos meios de transportes.


Ponto de ônibus da UFMT no período da manhã
[Foto: Laura Resende]
Dentre aqueles que possuem transporte individual, uma parcela ainda faz uso de transporte coletivo. Na capital, a única opção para os que optam por esse tipo de locomoção são os ônibus. De acordo com a assessoria de imprensa da Associação Mato-Grossense de Transportes Urbanos (AMTU), mais de 300 mil pessoas utilizam ônibus na capital. Contudo, as empresas que atendem Cuiabá contabilizam apenas 360 veículos para atender a demanda.

“Temos ônibus novos agora, mas isso precisa ser só o começo. Não dá pra andar sem ar-condicionado em Cuiabá. Sem falar na qualidade do transporte: volta e meia tem algum acidente por má manutenção”, acrescenta a arquiteta.

Independentemente se uma pessoa faz uso de carro, ônibus, motocicleta ou motoneta, existe um papel que todos eles assumem na mobilidade urbana: o de pedestre. Essa é uma das figuras menos contempladas na mobilidade de nossa cidade. De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), todas as calçadas devem ter uma largura mínima de 1,2 metro.

Calçada da Av. Fernando Corrêa da Costa obstruída por lixo. 
[Foto: Laura Resende]
Elas também precisam estar livres de obstáculos, como postes, telefones públicos, ambulantes, lixeiras, entulhos e veículos, não podendo haver assim quaisquer irregularidades e degraus que dificultem a circulação. As calçadas devem ter rampas de acesso para cadeirantes, iluminação, sinalização adequada e paisagismo para adequação e conforto.

João Alberto da Silva, autônomo, 31, circula regularmente pelo centro da cidade e não vê essas normas serem cumpridas. Segundo ele, as calçadas são pequenas e sem iluminação. Entre os problemas, ele destaca a dificuldade de circulação, pois carros e motos utilizam o espaço como estacionamento. João também ressalta que não há faixas de pedestres ou passarelas para que eles transitem entre as ruas e que, quando existem, não são respeitadas pelos motoristas.
Galeria de Fotos:
Trânsito na Av. Fernando Corrêa pela manhã
[Foto: Laura Resende]
Pedestre atravessando fora da faixa.
[Foto: Laura Resende]
Motos na calçada do Banco do Brasil.
[Foto: Laura Resende]

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