LETÍCIA DAMACENO, EMILLY CAROLINE
Na
manhã da última sexta-feira [31], o 2º Encontro
Centro-Oeste de História da Mídia [ALCAR] ofereceu uma palestra com o
professor Sérgio Mattos, da Universidade
Federal do Recôncavo da Bahia [UFRB]. A conferência apresentou o tema 50 anos depois do Golpe de 1964: a imprensa
continua sob censura.
Sérgio
fez questão de deixar claro, deste o início, o quão marcante foi este período
de censura para os canais de informação da época, tendo ele mesmo passado por
situações de censura no jornal em que trabalhava. A intenção do regime era
transmitir para a população a ideia de que o país estava em ordem. Mas para
aqueles que acham que a censura acabou, o professor diz: “A prática daquele período
continua a mesma. Se você é bonzinho comigo, eu coloco seu anúncio de governo
no meu jornal. Se você não é, eu tiro. Isso era uma prática dos militares
naquele governo, e é feita no governo de hoje também”.
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Prof. Sérgio Mattos crava: "a censura não acabou" [Foto: Divulgação ALCAR] |
Sobre
a censura atual, o professor de Jornalismo da UFMT
e mediador da palestra, Paulo da Rocha, diz que considera ser esta ainda pior
do que a dos tempos do regime. “A censura velada dos dias atuais se torna ainda
pior por gerar a indiferença”. Sem contar que todo esse processo gerou a
autocensura para jornalistas, radialistas e para todos aqueles que lidam com a
comunicação. O medo instaurado desde aquela época persiste ainda hoje, coibindo
estes profissionais.
No
geral, o público e o palestrante ressaltaram a importância de trabalhar este
assunto e do quão produtiva e rica foi a interação.
Sérgio ainda deixa um alerta aos estudantes da área: “Não deixem de se informar
sobre a história, sobre o passado, para que erros anteriormente cometidos não
voltem a se repetir”.
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