domingo, 2 de novembro de 2014

"A imprensa continua sob censura" é tema no segundo dia da Alcar

LETÍCIA DAMACENO, EMILLY CAROLINE

Na manhã da última sexta-feira [31], o 2º Encontro Centro-Oeste de História da Mídia [ALCAR] ofereceu uma palestra com o professor Sérgio Mattos, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia [UFRB]. A conferência apresentou o tema 50 anos depois do Golpe de 1964: a imprensa continua sob censura.

Sérgio fez questão de deixar claro, deste o início, o quão marcante foi este período de censura para os canais de informação da época, tendo ele mesmo passado por situações de censura no jornal em que trabalhava. A intenção do regime era transmitir para a população a ideia de que o país estava em ordem. Mas para aqueles que acham que a censura acabou, o professor diz: “A prática daquele período continua a mesma. Se você é bonzinho comigo, eu coloco seu anúncio de governo no meu jornal. Se você não é, eu tiro. Isso era uma prática dos militares naquele governo, e é feita no governo de hoje também”.

Prof. Sérgio Mattos crava: "a censura não acabou"
[Foto: Divulgação ALCAR]

Sobre a censura atual, o professor de Jornalismo da UFMT e mediador da palestra, Paulo da Rocha, diz que considera ser esta ainda pior do que a dos tempos do regime. “A censura velada dos dias atuais se torna ainda pior por gerar a indiferença”. Sem contar que todo esse processo gerou a autocensura para jornalistas, radialistas e para todos aqueles que lidam com a comunicação. O medo instaurado desde aquela época persiste ainda hoje, coibindo estes profissionais.

No geral, o público e o palestrante ressaltaram a importância de trabalhar este assunto e do quão produtiva e rica foi a interação. Sérgio ainda deixa um alerta aos estudantes da área: “Não deixem de se informar sobre a história, sobre o passado, para que erros anteriormente cometidos não voltem a se repetir”.

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