quinta-feira, 28 de abril de 2016

Alunos da FCA reclamam de falta de estrutura no bloco

Centro Acadêmico cria uma ouvidoria para receber as demandas


ALLAN PEREIRA
CAMILLA ZENI


A falta de estrutura de uma universidade é um dos agravantes para a formação mais deficiente do profissional e/ou pesquisador. O acesso à internet, por exemplo, facilita muito a vida dos estudantes, que recorrem à ferramenta para auxílio em pesquisas e trabalhos acadêmicos. No entanto, para os alunos da Faculdade de Comunicação e Artes (FCA), que ainda funciona nas dependências do Instituto de Linguagens (IL), da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), tentar usar o laboratório de informática do bloco tem se tornado um transtorno.
O estudante do 5º semestre de Publicidade e Propaganda, Nathan Roberto Silva e Souza, reclama da falta de regularidade no funcionamento do laboratório, que, conforme placa afixada na própria porta da sala, deveria estar aberto no período correspondente às aulas dos cursos diurnos (7h30 às 11h30 e das 13h30 às 17h30), ou seja, já não contemplando os estudantes noturnos.
Nathan Roberto, estudante de publicidade da UFMT.
(Foto: Allan Pereira)
“Eu moro em Várzea Grande e, no momento, não possuo um computador próprio. Então, a minha opção é usar o laboratório de informática aqui da universidade, mas quando ele não está aberto, eu fico sem ter o que fazer”, conta Nathan. Segundo o aluno, ele já chegou a pedir emprestado o notebook de parentes, mas, com o pertences de terceiros, a atenção tem que ser redobrada. “Quando trazemos o notebook, corremos o risco de ser assaltados, porque a segurança na UFMT não é muito eficaz”.
Outro problema que lidera o ranking das principais reclamações dos alunos é o serviço prestado pelas empresas de xérox no bloco. Conforme a estudante Ana Luísa Melo Ferreira, do 4º semestre de Jornalismo, o IL possui apenas uma xérox, que é conveniada à UFMT, a Doc Center. No entanto, a empresa não oferece o suporte necessário para as demandas dos alunos. “Lá não se acessa a internet e não tem computador para imprimir direto do pen drive, ou seja, é simplesmente pra tirar xérox”, reclama.
Segundo ela, os alunos precisam recorrer à copiadora do bloco vizinho, o Instituto de Educação. “O maior problema da outra empresa é que não funciona em um horário normal. Eles abrem quando querem”, critica. Ana Luísa explica que ela, assim como muitos colegas, não possui impressora em casa, então deixa para imprimir os trabalhos na Universidade. “A gente vem pra cá pra imprimir e aí não consegue, porque está sempre fechado. Aí tem que procurar uma empresa em outro bloco e pagar o triplo do valor”.
Aline Teixeira fala da falta estrutura do bloco.
Foto: Allan Pereira

Já para a Aline Teixeira, graduanda do 5º semestre Publicidade e Propaganda, as críticas são referentes à falta de salas de estudo no bloco. Embora o IL disponibilize, ao longo dos três andares, diversas mesas pelos corredores, o bloco não possui um espaço próprio. Além disso, devido ao grande número de alunos que circulam pelo local, que abriga três cursos de graduação, estudar nos corredores se torna uma dificuldade.


“A gente precisa de um espaço e não consegue estudar, às vezes porque não tem cadeira na mesa ou elas já estão todas ocupadas. Em outros casos, as pessoas estão conversando alto, e eu entendo que elas estão no direito delas, mas eu também estou no meu direito de estudar. Como é que a gente fica? Então ali se torna um espaço que não é apropriado”, critica Aline.


Ao circular pelo bloco, não é difícil encontrar outros alunos reclamando de problemas estruturais e logísticos. No entanto, é preciso que as reclamações cheguem aos setores responsáveis.


Com o propósito de ajudar os estudantes com as demandas, o Centro Acadêmico de Comunicação Social (Cacos) criou, em sua página do Facebook, uma ouvidoria do curso, a OuveCacos. Al os alunos podem mandar, através de uma ficha online, reclamações, sugestões e críticas.


A secretária-geral do Centro Acadêmico, Fiama Bamberg, explica mais sobre o serviço no vídeo abaixo.



O professor Javier Eduardo López Dias, chefe do Departamento de Comunicação Social, reconhece que o Instituto carece de uma estrutura mais autônoma. “No IL, não temos espaço para nada, nem sequer para nós. Quando terminar esse prédio aqui do lado, aí teremos alguma possibilidade de ter outros espaços”, relata.

Ele conta que os problemas de ordem acadêmica são vistos com os coordenadores de graduação de cada habilitação. Mas se as reclamações forem referentes à estrutura e ao espaço físico do  bloco, é a chefia de departamento que recebe tal demanda. “Dependendo do problema, às vezes só a prefeitura consegue resolver ou a Proplan (Pró-Reitoria de Planejamento) e a Proad (Pró-Reitoria Administrativa). Assim que ficamos sabendo do que está acontecendo, tentamos ver se somos capazes de resolver. Se não, vai para essas instâncias administrativas”, explica.

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