Professores contam suas experiências como orientadores, e alunos falam de seus trabalhos
Isabela Mercuri, Odair de Morais, Olímpio Vasconcelos
O Trabalho de Conclusão de Curso, ou TCC como é conhecido, pode
ser o último ou o primeiro passo dentro da academia. Alunos de todos os cursos
precisam escrever uma monografia ou desenvolver um produto relacionado à sua área
de estudo. Para quem se programa desde o semestre anterior ao da apresentação
do trabalho e começa a fazer as leituras e fichamentos, ele não é um problema.
No entanto, grande parte dos estudantes fica sobrecarregada próximo ao prazo
final de entrega.
Joana Murça, graduanda de Rádio e TV, deveria ter se formado
no semestre passado, mas encontrou problemas para desenvolver o TCC:
Nos últimos semestres, os estudantes normalmente já entram no mercado de trabalho. Este é outro motivo que os leva a adiar ou, às vezes, até abandonar o TCC. “O Governo deveria oferecer melhores condições para os alunos se manterem nos cursos sem que haja a necessidade de se inserir no mercado de trabalho antes de se formar”, explica o professor do curso de Letras, Dr. Roberto Boaventura. Ele afirma que muitos alunos precisam de dinheiro, e deixam a monografia para depois: “Às vezes, o aluno começa a trabalhar e a ganhar dinheiro, abandona o curso e deixa a faculdade”, conta.
Outro professor que visualizou problemas com seus alunos foi
Tinho Costa Marques, também coordenador do curso de Jornalismo. Tinho é
orientador de dois trabalhos neste semestre, mas um dos estudantes desapareceu
sem concluir a monografia. “Os alunos desaparecem com frequência. Muitas vezes eles não
conseguem conciliar o emprego com o tempo que o TCC exige, e ‘largam’ o trabalho final”.
Segundo o professor, um trabalho de conclusão bem feito começa com organização.
Financiamento de trabalhos
Uma solução para os problemas financeiros é a distribuição
de bolsas para os graduandos. Um aluno que busca essa alternativa é Thiago
Marinho, estudante do sétimo semestre de Rádio e TV que já começou seu trabalho
de conclusão, intitulado “Patrimônio Imaterial Cultural Cuiabano, um estudo
sobre a semiótica e significado da viola de cocho”.
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Thiago, aluno de Rádio e TV |
O trabalho de Thiago será formado por um documentário e um
artigo científico sobre o assunto. “Eu comecei esse trabalho porque no final do
primeiro semestre de 2015 vai fazer dez anos que a viola de cocho foi tombada
como patrimônio imaterial pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), e eles queriam um registro para saber se
houve mudanças após o tombamento”. Para realizar o documentário, o aluno vai tentar patrocínio do Centro de Memória Viva da UFMT. Thiago, assim como diversos outros estudantes, precisou seguir as regras sobre como fazer um TCC.
A respeito do desenvolvimento de um Trabalho de Conclusão de Curso, “o mais importante é
definir o tema e estabelecer qual é o objeto de estudo. É preciso ter foco e
saber aonde quer chegar. Além disso, um estudo bibliográfico bem feito é um
ótimo começo”, afirma Tinho.
Membro de cinco bancas neste semestre, Tinho afirma que o TCC é uma atividade que enriquece também o orientador e os
professores da banca, pois eles têm que ler sobre uma infinidade de temas
diferentes que não estudariam em outra situação, e acabam aprendendo junto com os
alunos.
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Alunas estudando no 1º piso do Instituto de Linguagens |
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