terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Literatura em Mato Grosso, em Mato Grosso?!

ARILDO LEAL

Homenagem ao poeta Adir Sodré
(Foto: Arildo Leal)
A literatura é, ao mesmo tempo, a memória do imaginário de uma determinada cultura que a projeta dos seus atuais sonhos mais íntimos para um futuro a ser construído, mas baseado em acúmulos passados – em sociedades já mortas. A diferença entre elas é vasta: leva-se em conta a cultura, as influências, a capacidade de renovação, bem como a preservação de certos valores clássicos em momentos específicos.  

Com a Literatura Brasileira produzida em Mato Grosso não é diferente: o seu desenvolvimento começa a tomar forma com a fundação de Academia de Letras Estadual (1932) por – dentre outros - Ulisses Cuiabano. A falta de informações, seja nas escolas, seja na grande mídia, é sentida facilmente. “Nós temos uma literatura muito boa, mas a própria faculdade de Letras não valoriza. Pensam que, por ser marginal, não possui qualidades”, declara Felipe Camargo, estudante do curso de Letras da UFMT.

Segundo a lei estadual nº 5.573 de 1990, deveria haver obrigatoriedade do ensino da disciplina de Literatura em Mato Grosso no segundo grau e da inclusão de sua temática na disciplina de Literatura Brasileira no primeiro grau, porém tal decreto não é executado nem no ensino superior.

“Sou de fora [Minas Gerais], e para ter contato sei que não poderei contar com aulas, o que é uma pena, pois deveria ser lembrada, principalmente os autores que estão surgindo – de modo a propagá-los”, relata Rebeca Zanon, estudante de Letras da UFMT.

Além da escassez de publicações nos jornais e da pouca presença nas rádios e TVs, dentro das Universidades somente na pós-graduação há um direcionamento para pesquisa em Literatura Regional. O que é um desperdício para um Estado que se propõe tão grande, a ponto de ter a capital do agronegócio, do Pantanal e até se candidatar para sediar eventos mundiais.

Instituto de Linguagens (IL), um lugar-chave na cultura regional
(Foto: Arildo Leal)

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