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Cleomar, Xerox do IE/Crédito Arildo Leal |
ARILDO LEAL
Cópias, impressões, encadernações (inclusive capa-dura), escaneamento são alguns dos serviços disponibilizados por Cleomar na copiadora instalada nas dependências do Centro Acadêmico de Pedagogia, no Instituto de Educação (IE). Porém, para a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), o uso do espaço hoje é ilegal e a saída de Cleomar é iminente.
Cleomar, eletricista de formação, já está há 12 anos trabalhando no
local. “Trabalho sozinho, minha esposa ajuda de vez em quando e chego a ter um
volume entre 30 e 40 mil cópias por mês”, declara. “Chego aqui por volta das 8h e vou até as 20h, com pausa para o
almoço”, complementa.
Ele é um dos três microempresários que permanecem prestando o serviço na
UFMT, após a retirada, em janeiro de 2015, das copiadoras que ocupavam espaços adendos aos Centro
Acadêmicos há mais de 20 anos.
“A cobrança por regulamentar as 'xerox' que não passaram por licitação
veio do Ministério Público”, diz Valdemar Souza, 4º Ano de Letras. O que
antes estava sob a tutela dos CA´s – a livre utilização de seu próprio espaço
físico - passa a ser entendido como de competência da direção da Universidade.
A Pró-reitora de Administração da UFMT, Valéria Calmon Corisara, explica
que esses locais que permanecem e são considerados ilegais serão novamente
notificados. Se não houver solução, a UFMT irá recorrer à Procuradoria Federal,
para uma ação de reintegração de posse da área pública.
E o serviço?
Enquanto o imbróglio não é resolvido, para os alunos a
prestação do serviço é precária e deve piorar. “O atendimento das copiadoras no
Instituto de Linguagens é precário. O Cleomar tem os materiais digitalizados
dos professores no computador e ainda tem a máquina de cartão que é uma coisa
que facilita. Aqui - na copiadora licitada – não tem essas coisas”, reclama a
acadêmica do 4º ano de Literatura, Cássia Bueno.
Para a Universidade, os “postos de reprografia” estão atendendo bem a
comunidade acadêmica. “Ao menos, não existe nada formalizado dizendo que não
está”, destaca a Pró-reitora de Administração.
Hoje, a UFMT mantém contrato com a empresa ColorPress para a
prestação desse serviço. A pró-reitora explica que além da loja que opera entre o Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS) e a Rua Um do bairro Boa Esperança, a empresa mantém mais cinco pontos, na
Faculdade de Medicina Veterinária, Enfermagem, Instituto de Ciências Exatas e da Terra
(ICET), Faculdade
de Administração e Ciências Contábeis (FAeCC) e Instituto de
Linguagens (IL).
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Sala pequena e escondida da ColorPress do IL [Crédito: Arildo Leal] |
Apesar do número reduzido desses pontos, Valéria Calmon conta que é
possível que pelo menos um desses locais seja fechado. “Nos foi repassado que o
movimento diário na Faec é de um real”.
Dimdim
Hoje, o valor unitário da cópia na Xerox do CA de Pedagogia é de R$ 0,08, abaixo dos R$ 0,10 praticados pela ColorPress. A primeira é negociada juntamente
com os estudantes, a segunda, com direção da UFMT. A cada gestão, o Centro Acadêmico se reúne
com Cleomar para debater melhorias e aquisições para o espaço cedido.
Já sobre a quantia que a ColorPress paga a UFMT, a pró-reitora explica que os valores são referenciados na licitação – que englobam aluguel por m² e energia elétrica.
Ainda existe uma articulação por meio da PRAE (Pró-Reitoria de Assistência Estudantil) para fazer os repasses do que é
arrecadado pelas copiadoras aos Centros Acadêmicos (CA´s).
Ela conta também que na UFMT as pessoas têm
dificuldade de entender esse tipo de situação, pois quando as empresas concorrem à licitação, elas
concordam em pagar aluguel, luz, tributos, entre outros, nos 365 dias do ano, enquanto o calendário prevê 200 dias letivos. Essa é outra dificuldade para a ampliação do serviço na instituição.