sábado, 7 de maio de 2016

Fab Lab Cuiabá auxilia a desenvolver inovação e trabalho colaborativo na cidade

BARBARA MULLER

O campus Cuiabá da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) conta com um laboratório, cuja ideia é poder fabricar (quase) qualquer coisa. É o Fab Lab Cuiabá, instalado no bloco da Faculdade de Arquitetura, Engenharia e Tecnologia (Faet). O laboratório é aberto à comunidade e conta com uma equipe disposta a discutir ideias e realizar projetos de várias áreas.

O laboratório está instalado na Faet. À esquerda da placa está a porta da sala utilizada.
O primeiro Fab Lab surgiu nos Estados Unidos, no Massachusetts Institute of Technology (MIT), instituição que é referência mundial em tecnologia. Hoje são centenas de laboratórios espalhados pelo mundo. Cuiabá ganhou o seu Fab Lab por iniciativa de alunos do curso de Arquitetura da UFMT. Pedro Teodoro (22), estudante de Arquitetura e Urbanismo, Fab Maneger e fundador do Fab Lab Cuiabá, conta que discutia com seu professor, Maurício Oliveira, formas de repensar a arquitetura, abordando também as formas de produção. “Compreendíamos que hoje, ao passo que desenvolvemos projetos no computador, precisamos de uma indústria capaz de realizar o mesmo tipo de trabalho. A partir daí, conhecemos a fabricação digital. Com um pouco mais de pesquisa, conhecemos o projeto Fab Lab, onde, além de trabalhar fabricação digital, também conseguimos trabalhar com comunidades”, diz Pedro.

Aberto ao público, o laboratório é um ambiente em que o trabalho colaborativo é muito valorizado. Trocando conhecimentos com os membros, é possível desenvolver uma ideia e torná-la realidade. No Fab Lab Cuiabá, discutir e aprimorar um projeto não custa nada. Porém, se, ao executá-la, for preciso utilizar maquinário, cobra-se uma pequena taxa para cobrir os custos de manutenção. Isso acontece porque, apesar de estar instalado dentro da Universidade, o laboratório não tem apoio direto da instituição e os investimentos são custeados pela própria equipe. O laboratório oferece a oportunidade das pessoas de usarem várias máquinas e ferramentas industriais para executarem seus projetos. Mantendo contatos com parceiros, também fomenta a execução e construção de projetos mais elaborados, que demandariam equipamentos fora do alcance da maioria da população.

Pedro destaca que o Fab Lab tem repercutido positivamente na região quando o assunto é inovação. “Temos auxiliado empresas e setores convencionais da economia a entenderem como trabalhar de forma colaborativa e como realmente alcançar a inovação. Muito tem se falado sobre inovação, mas as pessoas não sabem bem o que é isso e o que significa”. A ideia é que a inovação ultrapasse as fronteiras de universidades empresas, e possa fazer parte do cotidiano das pessoas, auxiliando no desenvolvimento local. Quando um projeto é finalizado, ele é devidamente documentado e colocado à disposição de outros laboratórios da rede para que outras pessoas tenham acesso, consolidando o trabalho colaborativo também em nível nacional e internacional.

Um dos últimos projetos que contaram com o apoio do Fab Lab foi o do empreendedor Lauro Ojeda, que criou a máquina de bebidas Doose. A equipe e o ambiente propício à colaboração influenciaram para que ele escolhesse o Fab Lab como um local para concretizar o projeto. "O pessoal do Fab Lab tem muito expertise técnico para desenvolvimento de máquinas, além de ter tempo para desenvolver. Além disso, me identifico com os rapazes de lá porque também sou da filosofia maker", diz Lauro.

Quem quiser conhecer o laboratório, pode visitá-lo qualquer dia da semana. Os membros incentivam que os interessados entrem em contato pela página do FabLab no Facebook. Na página é possível acompanhar as atividades promovidas pelo laboratório, como cursos e opendays.

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