sábado, 7 de maio de 2016

Estágio: um processo de integração entre teoria e pratica

O programa de estágio é um projeto das instituições de ensino, que visa complementar a formação do estudante e o preparar para o mercado


DEODATO RAFAEL
DEMETRINHO ARRUDA

A grande maioria dos discentes de ensino superior quer entrar para o mercado de trabalho, e uma das formas de se aperfeiçoar enquanto profissional e de ter a primeira chance de atuar na área em que ele deseja atuar é no estágio. Porém, há uma série de requisitos para que este período de experiência prática possa acontecer de forma legal.

Segundo o documento do Ministério da Educação (MEC) sobre as “Normas para a organização e realização de estágio”, o conceito de estágio consolidou-se no Brasil “ao conjunto das Leis Orgânicas do Ensino Profissional, definidas no período de 1942 a 1946”.

O estágio é uma atividade curricular de base pedagógica, que não se configura apenas como trabalho, mas como experiência acadêmico-profissional orientada por competências técnicas e científicas em um ambiente de trabalho. O estágio é um meio pedagógico de promover a integração entre a teoria e a prática. Em alguns programas o estágio pode ou não ser obrigatório, isso varia das diretrizes curriculares de cada curso.

O processo de relação do estudante com a empresa deve atender alguns requisitos preliminares, estabelecidos em contrato, como: carga horária definida, bolsa, local de trabalho, funções a serem exercidas, prazo de entrega de relatórios etc.. Este contrato deve ser apresentado para a instituição de ensino do discente, para julgar o documento e assinar o acordo, pois ela estabelecem as normas para o estágio, segundo o Artigo 82 da Lei Nº 9.394/96.

Em geral, a prática de estágio é entendida como primeiro emprego, mas não é. Segundo o mesmo artigo, o estudante que está em supervisão não recebe salário, mas bolsa, ele não possui vínculo empregatício com a empresa na qual está trabalhando, além de ser assegurado contra qualquer acidente e cobertura prevista na legislação.

As empresas ou órgãos que estabelecem vínculos com as instituições de ensino devem oferecer as condições básicas para o aluno ter a condição de ter a vivência pedagógica-profissional na área em que deseja atuar. Este processo deve ocorrer para respeitar a natureza do estágio, que é um complemento para o ensino e a aprendizagem do aluno.

Para a pesquisadora Andréa Gomes Fonseca da Silva, o estágio é uma grande oportunidade de integração com o mundo do trabalho, no exercício das práticas, na vivência, participação de trabalhos em equipe , no convívio social em um ambiente de mercado. Todas essas relações promovem um desenvolvimento de habilidades e atitudes, na constituição de novos conhecimentos, decisões profissionais, que corroboram em uma autonomia intelectual do estudante, conforme a pesquisadora.

“O estágio deve ser sustentando uma política de educação profissional, na perspectiva do desenvolvimento de competências profissionais, caracterizado pela capacidade de enfrentar desafios imprevistos, não planejados, expresso pela capacidade de julgamento, decisão e intervenção diante do novo e do inusitado. O estágio é, essencialmente, um Ato Educativo”, afirma Andréa da Silva.

Por isso, o processo deve ser planejado, executado, acompanhado e avaliado, atendendo todos os programas definidos de cada instituição. No atual Projeto Pedagógico do Curso (PPC) do Curso de Comunicação Social Habilitação em Jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), o estágio não é obrigatório e não há um professor específico para orientar cada estágio. No novo plano pedagógico do mesmo curso, que entrará em vigor no ano letivo de 2017/1, o estágio será obrigatório e cada estudante terá um orientador para o processo, o que o torna muito mais rigoroso.

O coordenador do curso de Jornalismo da UFMT, José da Costa Marques, afirma que o estágio é permitido a partir do 6º semestre. Com o novo (PPC), se instituirá o estagio curricular e obrigatório, atendendo as novas diretrizes nacionais para o curso de Jornalismo. Com o novo regulamento, há um desafio para viabilizar oportunidade de estagio para todos, o mercado tem que ajudar a absorver todos os alunos e a instituição tem que elaborar um projeto para atender todos os alunos de forma homogênea, já que o estágio será obrigatório. 

O estudante Carlos Oliveira, estudante do 5° semestre de Publicidade da UFMT e também técnico administrativo do Departamento de Geografia, aponta que “o estágio é importante porque ele é a prática profissional. Nós aprendemos durante o curso muita teoria, porém o contato prático de tudo isso que a gente aprende se dá no estágio. No nosso caso, que é a Publicidade, tem um leque muito grande de atuação, e, nesse sentido, o estágio acaba contribuindo para que o aluno se encontre enquanto profissional. Ou seja, é lá no estágio que ele vai se encontrar com a área que ele mais gosta. Então, o estágio é muito importante dentro dessa formação profissional, inclusive até mesmo para o mercado, que vai receber um profissional que já conhece a pratica cotidiana, além da teoria”. 

A experiência do estágio é singular, depende de cada estudante, de cada empresa ou órgão em que o estudante irá atuar. Em todos os casos, o estudante acaba saindo com uma experiência a mais, para se tornar um bom profissional. Elisa Calvete, estudante de Radialismo da FCA do 8º semestre fala sobre a experiência do estágio:


Na mesma linha de pensamento, o aluno de Radialismo, Wilson Júnior, do 8º semestre, já passou pela experiencia do estágio e reforça a importância do contato com o mercado de trabalho:

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